Você foi a pessoa que me ensinou a olhar o céu, me fez ver estrelas lá em cima, e imaginá-las tão perto que poderia tocá-las com o coração, ao mesmo tempo que compunha poemas sobre seus olhos. Você foi a paixão mais forte do amor mais insano que já vivi, e pessoalmente, posso lhe garantir que nunca sentirei algo assim outra vez. Mas aí então você partiu, e da primeira vez, pude suportar sua ausência e esperar longos anos até que te reconquistasse novamente. Durante esses anos de espera, eu chorei pelos meus erros que te levaram embora, eu fui forte para mantê-la viva em minha lembrança, e segui em frente. Até que você resolveu voltar, e eu, todo apaixonado, abri de novo as portas dos meus sentimentos, escancarando todo o otimismo do mundo, num sorriso sincero. Eu estava feliz de novo, e isso me fazia sentir vivo. Vivo como a muito não sentia. O poeta, tinha sua inspiração de volta, e as coisas estavam certas.
E aí então, veio a nova tempestade.
Você mais uma vez partiu. Quebrou minha confiança. Quebrou todo o encanto.
E as noites voltaram a ser sem brilho, e os dias eram vagos. O poeta tornou-se silêncio pela segunda vez. Mas dessa vez, sem o peso dos erros do passado. Eu deixei que você partisse, tendo a certeza de que havia feito todo o possível para que nosso amor fosse verdadeiro, mas mesmo assim, você quis ir. Quis conhecer o mundo e continuar a vida.
Já faz um ano que você partiu, e hoje eu volto a falar de nós aqui neste blog. Porque essa será a última poesia que escrevo a você. A última vez que vou falar de nós.
Depois deste longo ano que passei longe de ti, aprendi, mesmo que forçado a deixar de te amar, e acredite, todo amor pode sim morrer, se não for correspondido. E meu amor por você se foi. Eu achei a minha inspiração para continuar minhas poesias sem a inspiração que seu sorriso me trazia, e assim, passei a caminhar sozinho longe de ti.
Sei que daí onde está, do outro lado da vida, vai sentir saudades outra vez, como já sentiu antes. Mas dessa vez, o poeta cresceu, continuou caminhando, e esta é a última poesia que eu faço pra você, quando terminar de lê-la, por favor, guarde as lembranças, siga seu caminho e feche a porta ao sair...
Feche a Porta ao sair
Eu não via mais seus sorrisos entreabertos
E nem as noites de lua nos faziam bem
Entregamos o sentimento reverso
E o ‘nós’ já não era ninguém
E assim, seguiu o caminho
Cada um sozinho
Repensando o que não fomos
Sem saber ao certo quem somos
Vivemos amores intensos
Propensos pelos enganos
Houve uma época de sorrisos
Nos momentos que amamos
Mas assim quis ser a minha margarida
Viver o mundo, viver a vida
E a mim, só me restou deixar partir
Sem mais angustias, vá em paz, mas feche a porta ao sair...